© istockphoto.com / Duncan Walker
Introdução sobre as sociedades secretas
© istockphoto.com / Duncan Walker |
A partir das histórias das diferentes sociedades secretas que já surgiram ao longo dos milênios, podemos definir basicamente que uma sociedade secreta é composta por “iniciados”, isto é, por aqueles que tiveram acesso a determinados “mistérios”. Esses “homens sábios” acreditam que os segredos revelados a eles, ou por eles descobertos, não devem ser compartilhados com um mundo composto de pessoas vulgares e profanas, incapazes de compreender esses “mistérios”.
Foto cortesia de Jahrundert Gravura com ritual de iniciação na maçonaria no século 18 |
Embora baseada em aspirações das mais elevadas, essa forma de encarar o mundo tem levado certas sociedades secretas a desenvolverem práticas de tirania, arrogância e intolerância, em diferentes graus, com perigosas consequências sociais. Este é o caso da Ku Klux Klan nos Estados Unidos, por exemplo. Por outro lado, algumas têm funcionado como núcleos de movimentos sociais que em alguns momentos envolveram-se em processos de transformação do mundo, como no caso da maçonaria. E, por fim, muitas continuam a alimentar a nossa imaginação sobre o seu poder e conhecimento, mesmo quando sua existência ainda é colocada em dúvida (o que pode, na verdade, ser uma prova de sua eficiência em manter-se secreta), como nos casos do Priorado de Sião e do Illuminati, ambas popularizadas nos best-sellers “O Código Da Vinci” e “Anjos e Demônios”, de Dan Brown.
© istockphoto.com / Duncan Walker As sociedades secretas desde o princípio misturaram misticismo e intrigas |
A principal fonte da tradição das sociedades secretas é a religião. Das crenças do antigo Egito ao cristianismo, os mistérios religiosos alimentaram o surgimento de diversas sociedades secretas, como a Cabala, ligada aos ensinamentos de Moisés, ou os Cavaleiros Templários, ordem militar-religiosa formada no século 12 sob benção da Igreja Católica e que inspiraria tempos depois uma nova sociedade secreta ligada à maçonaria. Nas próximas páginas, conheça quais são algumas das principais sociedades secretas, que ironicamente tornaram-se as mais populares do planeta.
Em 1831, surgiu em São Paulo a Bucha, uma “confraria de camaradas” criada pelo professor alemão Júlio Frank, da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. O principal objetivo dela era ajudar os estudantes pobres que frequentavam o curso de Direito e promover encontros e debates literários. Frank trouxe a tradição das sociedades secretas da Alemanha e todas as ações da Bucha deveriam ocorrer sob o mais rigoroso sigilo. Só ingressavam na Bucha alunos escolhidos pelos seus integrantes, de acordo com os méritos morais e intelectuais que demonstravam. Ao longo dos anos a Bucha tornou-se uma das mais poderosas sociedades secretas no país, à medida que seus membros alcançavam os principais postos governamentais, tanto no Império como na República. Entre eles, estavam Rui Barbosa, Barão do Rio Branco, Afonso Pena, Prudente de Morais, Campos Sales, Rodrigues Alves, Washington Luiz, Júlio Mesquita Filho, Cândido Mota, Arthur Bernardes, Álvares de Azevedo e Castro Alves. Além da Bucha, rumores sugeriam a existência de outras fraternidades em faculdades tradicionais que surgiram com a aura de sociedades secretas, como a Landsmannschaft, na Escola Politécnica da USP, e a Jugendschaft, na Escola Paulista de Medicina. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário